Do anarquismo de esquerda ao liberalismo da direita
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Do anarquismo de esquerda ao liberalismo da direita


Hoje irei comentar um pouco sobre a minha vida, mais precisamente entre os meus quatorze até os meus vinte e poucos anos. Irei relatar aqui como este período foi de grande importância para minha evolução intelectual e também como passei de um anarquista de esquerda para um liberal de direita.

Primeiramente quero dizer a vocês que, não me arrependo em nenhum momento do que escolhi para a minha vida. Acredito que todas as experiências que passei me fizeram crescer não somente de maneira intelectual mas também como pessoa.

Já adianto que, a música me influenciou muito na minha adolescência, desde as minhas roupas até aquilo que chamava de moral, o que era certo e o que era errado. Como sempre digo, entre os meus quatorze e quinze anos, fui apresentado ao rock, mais precisamente a vertente do punk rock e o hardcore. Quem já ouviu esses estilos sabe que o anarquismo está presente em diversas letras de centenas de bandas espalhadas pelo mundo. O motivo disso está no período em que estes estilos nasceram, o que não irei comentar pois não é o objetivo desta postagem.

Pois bem, com a novidade do gosto musical, aliado a internet (ainda na época, discada), comecei a baixar algumas músicas de diversas bandas, começando com os clássicos, Sex Pistols e Ramones, até os mais underground como Blok1A, Rasta Knast e demais outras bandas. Como todas apresentavam a ideia do anarquismo de esquerda, comecei a ler sobre o assunto e aliado a visão de que o mundo estava sendo consumido pelos porcos capitalistas (obrigado aos meus professores de história por suas estórias sobre a época da ditadura) iniciei minha jornada para me tornar um anarco punk.

Dos quinze aos dezesseis mantive a cartilha anarco punk. Grande parte das minhas roupas era comprada em brechós, lutava contra o sistema e até cheguei a distribuir cartilhas e panfletos sobre como o mundo estava sendo dominado pelas corporações e grandes industrias. O moicano já estava crescendo, e todos os finais de semana haviam shows de bandas da região. Foi o ápice do meu esquerdismo. Chegava a dizer que a família era uma instituição falida e que deveríamos instaurar o anarquismo na base da força se fosse necessário (sim, afinal, todas as pessoas que não eram anarquistas não sabiam como este sistema era lindo e como ele seria bom para todo mundo).

A minha visão era exatamente esta:

Todo mundo deveria entender o que é o anarquismo e como ele faz bem para todas as pessoas. Depois disso, as pessoas iriam entender que o governo é um mal para a sociedade e que ele deve ser extirpado da sociedade, assim como o capitalismo e a forma de aquisição de riqueza. Depois disso, todos iriam fazer uma grande revolta no país e iríamos colocar o anarquismo em prática, assim todos iriam ser felizes alegres e saltitantes... Juro para vocês que na minha cabeça, isso era possível e também era muito simples de se conseguir.

Foi neste período que li obras de Bakunin, Trotsky, Marx, Tolstoi, e por ai vai. Nietzche foi um dos livros que li neste período também, apesar de não entender muita coisa dos livros dele. Foi nesta época que peguei gosto pela leitura e pela necessidade de conhecer novos pensadores e necessidade de saber mais e mais sobre algum tema.

Foi então que com meus dezoito anos a vida me deu um leve tapa com sua mão de ferro que fez com que eu abrisse um pouco os olhos e percebesse que tudo aquilo era impossível. Foi a época em que comecei a questionar os valores e o que achava certo ou errado. Foi um dos períodos em que me encontrei em um limbo, pois não tinha um norte para seguir, para dizer... Bem, acredito que este seja o melhor caminho a se tomar.

Aos dezenove anos iniciei a minha busca pelo conhecimento inverso. Comecei a ler tudo sobre o que era contra na minha adolescência. Lembro que foi nesta época que chegava a ler dois ou três livros por mês sobre a história com capitalismo e como chegamos aonde chegamos. Aos dezenove foi o momento em que entendi quem era Adam Smith, Milton Friedman, Misses e outros autores.

Compreendi que o problema não é o capitalismo e sim o governo em si, e que quer queira quer não, o ser humano é movido pelo dinheiro, e que isso pode ser uma coisa boa ou ruim dependendo de como você age. Percebi que apesar de mudar de pensamento, ainda acreditava que o governo era algo ruim e deveria, não mais ser extirpado, mas sim haver uma diminuição do seu tamanho.

Com o passar do tempo e depois de milhares de páginas lidas percebi que a minha ideia se encaixava muito com o liberalismo, termo que nunca ouvira falar antes. Porém como já estava com meus vinte anos já havia entendido que não precisava mais vestir a camiseta da ideologia só porque você compartilha de boa parte do que é dito. E foi assim que virei uma pessoa que simpatiza com grande parte dos ideias liberais.

A caminhada foi difícil e até que não muito longa, visto que demorei alguns anos apenas para mudar minha ideologia. O que aprendi com esta mudança foi que, não é vergonhoso você mudar a sua opinião com o passar do tempo, muito pelo contrário, isso demonstra que você está evoluindo como pessoa, e aqueles que ainda acreditam nas mesmas coisas quando adolescentes são os que precisam se envergonhar, pois de nada acrescentaram ao desenvolvimento intelectual.

E é isso que quero deixar de dica para vocês. Não fiquem com vergonha de mudar o jeito que vocês pensam, entendam que mudanças como essas são necessárias para o desenvolvimento de caráter, intelectual e como pessoa. Não fiquem com medo de dizer, a tempos atrás acreditava em uma coisa que é totalmente sem nexo e que era prejudicial para todos. Não há o que se envergonhar quando nós nos aprimoramos.

Uta!



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